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"PORQUE O CRENTE SOFRE"?


A maioria das pessoas com quem tenho lidado ao fim destes mais de treze anos, têm-me ensinado algumas verdades a respeito delas, de mim próprio e da vida, no que diz respeito ao sofrimento e ás suas verdadeiras origens e razões. Nunca devemos tomar conclusões precipitadas nem ignorar alguns princípios importantes. Quando as pessoas estão em sofrimento ou a passar por tempos difíceis, na esmagadora maioria dos casos, dizem NÃO SABER PORQUE RAZÃO estão a passar pelo que passam, e ainda, que NÃO MERECEM passar pelo que passam. Por outras palavras, dizem que é uma injustiça. Os que não crêem em Deus, perguntam até se não são eles que estão certos; pois se Deus existe e nos ama, como é que Ele permite que algumas coisas nos aconteçam. Por outro lado, os cristãos ainda têm uma outra possibilidade de escape face ás suas responsabilidades e aprendizagem no sofrimento. O culpado de tudo o que de negativo acontece na nossa vida, é da RESPONSABILIDADE DO DIABO. Logo, a Igreja conseguiu que o diabo deixe de ser o ACUSADOR dos irmãos tal como está escrito em APOCALIPSE 12: 10, para passar a ser o ACUSADO dos irmãos. Tudo é culpa dele.

De uma forma consciente ou inconsciente, os crentes, pensam que tudo o que acontece nas suas vidas de negativo, é da responsabilidade do diabo; o que é positivo e bom é da responsabilidade de Deus. À partida, isto parece muito espiritual e lógico. No entanto onde está a nossa responsabilidade nestes processos todos?

Quando a Bíblia diz que o diabo é mentiroso, que ninguém pense, que apesar de mentir, não fala verdade a nosso respeito na presença de Deus. De fato é impossível que na Sua presença alguém fale mentira. Logo, o que ele diz a nosso respeito, na presença de Deus é verdade. Essa é a razão porque Jesus se assentou à direita do Pai, como nosso sumo-sacerdote, para interceder por nós tal como está escrito em HEBREUS 1 : 3; 4 : 14 – 16; e 9 : 24. Assim, como na cabeça de muitos cristãos a responsabilidade do que acontece de errado ou negativo é do diabo, quem tem que mudar é ele. E por conseqüência, nós humanos somos apenas vitimas nas suas mãos e nas mãos de Deus...?!

A VERDADE, É QUE A BÍBLIA ENSINA-NOS: Não devemos dar lugar ao diabo EFÉSIOS 4 : 27; Devemos dar lugar a Deus e ao Seu espírito, GÁLATAS 5 : 16; O diabo anda ao nosso redor à espera de oportunidade I PEDRO 5 : 8; Deus está à nossa porta pronto para entrar APOCALIPSE 3 : 20; Com a nossa língua, matamos ou damos vida PROVÉRBIOS 18 :21. Por outras palavras, SOMOS NÓS QUE LEGITIMAMOS A AÇÃO DO MUNDO ESPIRITUAL DE UM MODO GERAL, na nossa vida. O mundo espiritual,aguarda que sejamos nós a abrir portas para que à vontade de Deus ou do diabo se faça em nós. Precisamos da revelação sobre este princípio contido em TIAGO 4: 7: - Se isto é a verdade, logo, a responsabilidade é NOSSA e se há alguém que tem que se arrepender, mudar e posicionar, somos NÓS. O Antigo Testamento é uma perfeita ilustração de tudo isto. O povo de Israel é nosso exemplo e espelho. Quantas vezes o povo sofria por más escolhas, por andar por sentimentos, por desobediência, por inação, porque se deixava influenciar por outras mentalidades, culturas e formas de viver. Quantas vezes Deus permitiu que eles fossem afligidos e apertados para ver se reconheciam o seu desvio da vontade do Senhor. Assim, é tempo de assumir a nossa responsabilidade, é tempo de nos arrependermos, e de nos voltarmos para o Senhor e a Sua palavra e de andarmos em novidade de vida ou viver de forma diferente, em obediência à Sua palavra e espírito de acordo com a Sua vontade.

Eis algumas das razões encontradas, apesar de pensar que poderão existir algumas mais...

1 – Porque todos passam pelo mesmo desde que estejam vivos. Todos estão sujeitos às mesmas coisas. ECLESIASTES 9: 2. (Quando está frio, está frio para todos, os desafios e dificuldades da vida são inerentes a todas as pessoas. Não gastemos energias a lamentarmo-nos por coisas que têm que ser enfrentadas, conquistadas e ultrapassadas).

2 – Porque não se cresce sem sofrimento. (O primeiro dia de escola ou do jardim de infância para qualquer criança bem como para os seus pais).

3 – Por serem teimosos e orgulhosos. (Quantas pessoas porque querem fazer o que pretendem e não querem ouvir ninguém, estão a sofrer).

4 – Para serem humildes e gratos. (As pessoas de um modo geral só dão valor ao que perdem. Dificilmente têm uma atitude de gratidão. Normalmente, pensam que ser humilde é um sentimento que umas vezes temos outras não. Na verdade a humildade é uma escolha e uma atitude. Se não aprenderes nem escolheres ser humilde, a vida encarrega-se disso).

5 – Para que se cheguem a Deus e O reconheçam. (Há pessoas que só se achegam a Deus e o reconhecem no sofrimento. É a única maneira Dele ter a atenção deles)

6 – Para perceberem quem são. (Só no sofrimento, algumas pessoas entendem verdadeiramente quem são e o poder ou falta dele, que têm. Quando dois pais, de estatutos sociais e econômicos diferentes, estão no IPO, sabem verdadeiramente o que são e percebem que os seus limites são comuns e necessitam de Deus do mesmo modo).

7 – Para que o Senhor tenha a nossa atenção. (O exemplo do Tiago que gostava de nos apanhar distraídos e corria para as escadas rolantes nos centros comerciais. Um dia pensou que não o tínhamos visto ir. Quando se cansou, chorava por se sentir perdido e só. A realidade é que o estávamos a observar e a permitir que ele passasse pela tomada de consciência do perigo de estar só quando fazia o que queria).

8 – Por más escolhas; más ações; e más palavras. (Quando alguém faz escolhas erradas, quer fazer o que lhe apetece e deseja, quando as pessoas desistem de lutar, quando fazem o que não deviam, quando pagam o mal com mal, quando têm más atitudes, quando dizem o que não devem a quem não devem, o que acontece, é que as pessoas estão a abrir brechas para o diabo e para problemas. Quando tantas vezes estamos a orar para que Deus nos abençoe e mude as nossas circunstancias, o que devíamos fazer paralelamente e até primeiro, era nos arrependermos e confessarmos os nossos erros a Deus e a quem de direito, e pedirmos graça e ajuda nas nossas dificuldades. Assim estaríamos a assumir a nossa responsabilidade e fechar portas a problemas maiores na nossa vida).

9 – Porque tem uma má Auto-estima. (Pessoas que não estão bem consigo mesmas e que não se amam, e por isso, não conseguem acreditar que alguém exterior a elas, as ame. Logo, são infelizes com elas mesmas e espalham um rasto de infelicidade à volta delas. São pessoas que não amam nem se deixam amar. É um drama viver e conviver com gente que não se quer ver livre dos traumas do seu passado de uma forma concreta e processual. É bom dizer, que todos sem qualquer exceção, sofremos de uma ou outra maneira, diferentes tipos de traumas no decorrer da vida. Não podemos ficar toda uma vida no lugar de vítima. Em Cristo Jesus e com Ele, é possível ultrapassar e vencer numa base diária os espinhos na carne que nos incomodam e afligem. Há diferenças entre AGUILHÃO e ESPINHO. Aguilhão é a tua luta contra o Senhor, Espinho é a tua luta contra ti mesmo e a tua natureza ). II CORÍNTIOS 12 : 7

10 – Porque têm prazer no que fazem. (Quantas vezes, pessoas, apesar do sofrimento em que estão envolvidos e envolvem os outros, em especial os que os amam, têm algum prazer nas situações que vivem, e por isso, permanecem no mesmo padrão de comportamento? Como o grau de sofrimento não é tão importante como o de prazer, não mudam. Eles sofrem, mas o prazer que têm, não o querem perder e por isso, o sofrimento se mantém).

11 – Por conseqüência dos outros. (De fato, quantas mulheres e homens sofrem por causa dos companheiros que têm, quantos pais por causa dos filhos, quantos filhos por causa dos pais, pastores por causa da igreja, Igrejas por causa dos pastores, povos por causa dos governos, e por aí fora. Situações de manipulação, mentiras, roubos, corrupção, infidelidades. Nestas circunstancias, temos que lembrar que é Deus a nossa justiça e é nele que temos que confiar e esperar por direção e diretrizes para a nossa vida. Apesar de tudo, nestas circunstâncias, devemos considerar a nossa dignidade como pessoas humanas, uma dádiva de Deus também. Assim, devemos guardá-la o melhor possível e não nos anularmos a nós mesmos.)

12 – Para provar fidelidade. (É apenas em tempo de sofrimento, crise e dificuldades, que provamos a nossa fidelidade. Um casal não prova fidelidade na lua de mel. É nos tempos de algumas diferenças e adversidades. O mesmo na igreja, na família, no trabalho, etc. Esta é a razão porque muitas vezes, muitos desistem e abandonam compromissos estabelecidos).

13 – Pela vergonha do que fizeram e do que pensam que os outros pensam. (Sempre que alguém faz o que não deve, e se arrepende e assume o erro, há um período de vergonha inerente ao processo de restauração. Até porque a reputação, nunca muda à mesma velocidade que a mudança na vida da pessoa em causa. Também, os que estão à nossa volta, pensam mesmo que não queiram, no que aconteceu. É normal tudo isto. Por isso, este não é tempo para desistir e desanimar mas para crescer e desenvolver).

14 – Por não estarem na vontade de Deus. (Será que todos nós temos consciência que não estar na vontade de Deus traz ao ser humano alguns sofrimentos e angustias? Uma vez mais toda história do povo de Israel é nosso exemplo).

15 – Porque estão a passar por testes. (Quantos se lembram dos dias em que estávamos na escola e a professora de surpresa passava um teste aos alunos? Era uma surpresa, não tínhamos sido avisados que o teste viria. Não falo de exames marcados, falo de testes surpresa para aferir o nosso conhecimento sobre diferentes matérias. Sempre que a nota não era positiva, tínhamos mais oportunidade para voltar a repetir a matéria do teste. Se por acaso continuávamos sem nota positiva, a professora estava lá para o próximo ano. Essa é a razão, porque tanta gente, não passa da mesma situação em que se encontra. Estão sempre a chumbar na mesma matéria e dizem que não compreendem, porque razão são sempre os mesmos testes e sempre nas mesmas coisas que caem.)

16 – Para desenvolverem paciência ou perseverança. (É apenas nos tempos difíceis que a paciência se desenvolve. Eu não preciso de paciência quando tudo está ao meu agrado. Paciência é uma matéria aprendida nas contrariedades, nas adversidades, nas surpresas da vida. Paciência é o produto da alguém humilde e calmo, de alguém que confia em Deus, de alguém que sabe que somos apenas mordomos do que somos e temos.).

17 – Por pressão diabólica. (É verdade, o diabo e seus agentes, tem alturas na nossa vida que são os causadores de alguns tempos difíceis. Nessas circunstâncias, temos que clamar pelo sangue do cordeiro de Deus que nos limpa, protege e legitima como filhos do Deus Altíssimo. Algumas vezes a sua presença também se faz notar. Aí temos que exercer a autoridade que temos no nome de Jesus.).

18 – Por causa da sua esperteza. (Há inúmeras pessoas, que em determinados aspectos da vida pessoal, profissional ou até espiritual, julgam ser especialistas e que nesta ou naquela área somos infalíveis. Temos que vigiar também as áreas onde julgamos ser fortes e já ter aprendido todas as lições. A atitude vigilante, aplica-se a todas as áreas. Os médicos também podem ficar doentes, os advogados podem ter problemas com a lei, psicólogos podem deprimir, pastores e avós também podem passar por divórcios se não vigiam nem estão atentos aos seus relacionamentos. Nada se mantém ou melhora por si só).

19 – Por preguiça ou pecado de omissão. (Fala-se muito pouco sobre o pecado de omissão. Ensinamos muito sobre o que não agrada a Deus mas muito pouco sobre o que Lhe agrada. Passamos muito mais tempo a encorajar pessoas em vez de lhes ensinarmos a como viver. Muita gente está mais focada no que não pode fazer no que tem que fazer. É tão negativo fazer algo que não devíamos como não fazer o que é devido. A Bíblia ensina que quem sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado como quem faz o mal. Por exemplo, a mãe que espanca o seu filho que ainda é uma criança, tem tantos problemas com a justiça, como a mãe que não dá os cuidados básicos de saúde e proteção ao seu filho que ainda não tem autonomia, e que para sobreviver, precisa dos seus cuidados e atenção.). TIAGO 4 : 17 e EFÉSIOS 4 : 28

20 – Porque falam demais e são precipitados. (Normalmente, quem fala demais, erra muito. Há pessoas, que não importa qual o assunto sobre que se está a falar, elas têm sempre opinião e algo a dizer. Estas pessoas, dificilmente têm amigos e consideradas credíveis. Muitas vezes estão sós, porque não entendem o valor de ouvir, de aprender e de estarem em silêncio. Os religiosos e mais concretamente os líderes, têm muito este problema, que origina sofrimento para os outros mas também para si próprios. Quantos maridos e mulheres sofrem por esta causa? Quantos empregados e patrões sofrem por esta causa?). PROVÉRBIOS 10 : 19

21 – Porque têm perspectivas erradas na pessoa ou coisas erradas. (Muitas pessoas estão em sofrimento por causa de terem expectativas erradas nas pessoas erradas. Ou expectativas que não podem ser postas em pessoas ou coisas. Por exemplo: quando uma senhora quer arranjar um homem para ser a sua companhia, o mais certo é dar em problemas porque nenhum homem quer apenas ser companhia de mulher nenhuma. O melhor é comprar um cão, que com prazer fará apenas companhia e não custa tanto aturar.O mesmo com homens que querem arranjar uma mulher porque precisam de ajuda para as tarefas de casa. Nenhuma mulher quer ser criada de nenhum homem. O melhor é pagarem a uma empresa que faça limpezas, comprar comida feita e encontrar uma lavanderia onde possa mandar lavar a sua roupa.). JEREMIAS 17 : 5

22 – Porque se afastam de Deus. (Este ponto é diferente do não estar a fazer a Sua vontade. É como se de um sinal avisador se tratasse. Um alarme, um certo mal estar, um incomodo que não sabemos explicar. À medida que nos vamos afastando da Sua vontade, algum sofrimento vai aparecendo a fim de nos voltarmos para Deus antecipadamente).

23 – Para que saibam em quem confiam. (É no dia da angustia que descobrimos em quem confiamos. Para onde vai a nossa atenção e o nosso pensamento no dia difícil? Para quem ligamos e em quem pensamos no dia da dificuldade? Nestes tempos cada um descobre quem é ou onde está verdadeiramente a sua confiança.)

24 – Para que ELE seja glorificado. (Será que hoje ainda se pode falar disto? Pode Deus receber glória no meio das nossas dificuldades? Deixamos que o processo passe por nós afim de que Ele receba glória?).

25 – Por fazerem a SUA vontade. (Será que hoje se pode falar desta verdade na igreja do século XXI? A verdade, é que para fazer a vontade de Deus e ser verdadeiramente um discípulo, temos algumas vezes que sofrer.)

LUCAS 6 : 46 – 49 e I PEDRO 3 : 17 e I PEDRO 4 : 2; Nestas passagens, podemos observar alguns aspectos práticos que se relacionam com o que temos vindo a falar.

1. Os dois homens sofrem a construir quer construam bem ou mal.
2. Os dois sofrem com a tempestade inesperada.
3. Os dois estão assustados e em algum sofrimento.
4. Os efeitos da tempestade são comuns aos dois.
5. O que construiu mal, vai ter sofrimento extra: a) Vai ver tudo a ruir. b) Vai ver tudo destruído. c) Não tem onde colocar a família num lugar abrigado e seguro. d) Vai ter que arranjar um lugar de ultima hora para os recolher. e) Vai ter que começar tudo de novo. f) Vai ter vergonha do que lhe aconteceu fruto da sua desobediência. g) Vai ter que recomeçar tudo de novo. etc.

A conclusão, é que o sofrimento é acrescido não como resultado direto do diabo, mas sim, da sua irresponsabilidade ou de não ter feito as coisas como aprendeu e sabia que devia ser feito.
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FAMÍLIA "UM PROJETO DE DEUS"


O Projeto de Deus para a Família

"Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; Se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela" (Salmo 127:1).

Deus nos criou e designou o casamento e a família como a mais fundamental das relações humanas. Em nosso mundo de hoje em dia, vemos famílias atormentadas pelo conflito e arrasadas pela negligência e o abuso. O divórcio tornou-se uma palavra comum, significando miséria e dureza para os múltiplos milhões de suas vítimas. Muitos homens jamais aprenderam a ser esposos e pais devotados. Muitas mulheres estão fugindo de seus papéis dados por Deus. Pais que não têm nenhuma idéia de como preparar seus filhos estão assim perturbados pelo conflito com seus rebentos rebeldes. Outros simplesmente abandonam seu dever, deixando filhos sem qualquer preparação ou provisão.


Para muitas pessoas, hoje em dia, a frase familiar e confortadora "Lar, Doce Lar" não é mais do que uma ilusão vazia. Não há nada doce ou seguro num lar onde há o abuso, a traição e o abandono.
Haver uma solução? Poderemos evitar tais tragédias em nossas famílias? Poderão os casais jovens manter o brilho do amor e do otimismo décadas depois de fazerem os votos no casamento? Haverá esperança de recuperação dos terríveis erros do passado?


A resposta para todas estas perguntas é SIM! As soluções raramente são fáceis. A construção de lares sólidos não acontece por pura sorte. Somente pelo retorno ao padrão de Deus para nossas famílias poderemos começar a entender as grandes bênçãos que ele preparou para nós em lares construídos sobre a rocha sólida da sua palavra. Consideremos brevemente alguns princípios básicos ensinados na Bíblia sobre a família.


O Propósito Básico de Deus para a Família.


Quando temos dificuldade com a geladeira, entendemos que o fabricante, que escreveu o manual do usário, sabe mais sobre o aparelho do que nós. Lemos o manual para resolver o problema. Quando vemos tantos problemas nas famílias de hoje, só faz sentido que nosso Criador, que escreveu o "manual do usuário", sabe mais a respeito da família do que nós. Precisamos ler o manual para achar como construir e manter bons lares. Encontramos estas instruções na Bíblia. Ela nos guia em cada aspecto do serviço a ele, incluindo a realização de nossos papéis na família.



Casamento

A família começa com o casamento. Quando Deus criou Adáo e Eva, ele revelou seu plano básico para o casamento: "Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne" (Gênesis 2:24). Este plano é claro. Um homem ligado a uma mulher. Milhares de anos mais tarde, Jesus afirmou que este ainda é o plano de Deus. Ele citou este versículo e acrescentou: "Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem" (Mateus 19:6). Este casamento é uma relação para toda a vida. Somente a morte deve cortar este laço (Romanos 7:1-3).

Deus aprovou as relações sexuais somente dentro do casamento. Não há nada de mal ou impuro sobre as relações sexuais dentro de um casamento aprovado por Deus (Hebreus 13:4). Esposos e esposas têm a responsabilidade de satisfazer os desejos sexuais (dados por Deus) aos seus companheiros (1 Coríntios 7:1-5).

Todas as outras relações sexuais são sempre e absolutamente erradas. Relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo são absolutamente proibidas por Deus (Romanos 1:24-27; 1 Coríntios 6:9-11). Deus não criou Adão e João. Ele fez uma mulher, Eva, como uma parceira apropriada para Adão. As relações sexuais antes do casamento, mesmo entre pessoas que pretendem se casar, são condenadas por Deus (1 Coríntios 7:1-2, 8-9; Gálatas 5:19). As relações sexuais extra-conjugais são também claramente proibidas (Hebreus 13:4).

Filhos

Casais assim unidos diante de Deus pelo casamento gozam o privilégio de terem filhos. Deus ordenou a Adão e Eva e aos filhos de Noé que tivessem filhos (Gênesis 1:28; 9:1). Ainda que nem todas as pessoas tenham que se casar, e que nem todas terão filhos, é ainda o plano básico de Deus que os filhos nasçam dentro de famílias, completas com pai e mãe (1 Timóteo 5:14). Em lugar nenhum da Bíblia encontramos autorização para uma mulher ter relações sexuais para conceber um filho, antes ou sem casamento. A paternidade solteira, que está se tornando moda em nossa sociedade moderna é um afastamento do plano de Deus que terá sérias conseqüências para as gerações vindouras.

Papéis Dados por Deus Dentro da Família

Dentro desta estrutura do propósito Divino, consideremos os papéis que Deus atribuiu aos homens, mulheres e filhos.

Homens: Esposos e Pais

A responsabilidade dos esposos é bem resumida em Efésios 5:25: "Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entregou por ela". O esposo tem que colocar as necessidades de sua esposa acima das suas próprias, mostrando devoção desprendida aos melhores interesses da "parte mais frágil" que necessita da sua proteção. Ele tem que trabalhar honestamente para prover as necessidades da família (2 Tessalonicenses 3:10-11; 1 Timóteo 5:8).
Os pais são especialmente instruídos por Deus para preparar seus filhos na instrução e na disciplina do Senhor (Efésios 6:4). Este é um trabalho sério e, às vezes, difícil, mas com resultados eternos! Os espíritos de seus filhos existirão eternamente, ou na presença de Deus ou separados dele. A maior meta de um pai para seus filhos deveria sempre ser a salvação eterna deles.

Mulheres: Esposas e Mães

Uma esposa tem um papel muito desafiador no plano de Deus. Ela tem que complementar seu esposo como uma auxiliar submissa, que partilha com ele as experiências da vida. As pressões da sociedade moderna para rejeitar a autoridade masculina não obstante, a mulher devota aceita seu papel como aquela que é cuidadosamente submissa ao seu esposo (Efésios 5:22-24; 1 Pedro 3:1-2). As mulheres de hoje em dia que rejeitam este papel dado por Deus estão na realidade difamando a palavra dele (Tito 2:5).
Deus instrui as mulheres para mostrarem terna afeição aos seus esposos e filhos, e a serem honestas e fiéis donas de casa (Tito 2:4-5). Apesar dos esforços de algumas pessoas para desvalorizar o papel das mulheres que são dedicadas a suas famílias, Deus tem em alta estima a mulher que é uma boa dona de casa e uma amorosa esposa e mãe. Tais mulheres devotas são também dignas de respeito e apreciação de seus esposos e filhos (Provérbios 31:11-12,28).

Filhos: Seguidores Obedientes

Deus também definiu o papel dos filhos. Paulo revelou em Efésios 6:1-2 que os filhos deverão:

1. Obedecer a seus pais. Deus colocou os pais nesta posição de autoridade e os filhos têm que respeitá-los. Muitas pessoas consideram a rebeldia de uma criança como uma parte comum e esperada do "crescimento", mas Deus coloca-a na lista com outros terríveis pecados contra ele (2 Timóteo 3:2-5).

2. Honrar seus pais. Os pais que sustentam, instruem e preparam seus filhos devem ser honrados. Jesus mostrou que esta honra inclui prover as necessidades dos pais idosos (Mateus 15:3-6).

Lares Piedosos Nestes Dias?

É, freqüentemente, muito difícil corrigir anos ou mesmo gerações de erros. Mas está claro que o único modo pelo qual podemos esperar ter boas famílias construídas nos princípios divinos é voltar ao plano que Deus tem revelado. Temos que estudar a Bíblia, aprender estes princípios, aplicá-los em nossas vidas, e ensiná-los aos nossos filhos e aos outros. Lembre-se, os benefícios serão eternos!

Você está construindo seu lar sobre a fundação da palavra de Deus?

Fonte: Estudo Bíblico.
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PUREZA E PROPÓSITO NO NAMORO


Querer namorar é natural na vida dos solteiros. Durante os séculos recentes, a prática do namoro para conhecer e escolher um parceiro para o casamento se tornou comum na nossa sociedade.
Podemos nos admirar ao notar que a Bíblia fala muito pouco a respeito do namoro, mas precisamos lembrar que o namoro não era a maneira comum de caminhar para o casamento na época bíblica. Os pais freqüentemente arranjaram os casamentos dos filhos, como ainda é o costume em muitas culturas. O amor romântico e as emoções da paixão não eram destacados como são hoje.

Algumas pessoas citam a falta de orientação específica nas Escrituras para justificar a aceitação dos padrões do mundo em relação ao namoro. Até jovens que se dizem cristãos, às vezes, começam a namorar sem pensar nos princípios bíblicos que devem governar o seu comportamento. Despreparados, facilmente caem nas ciladas que o Diabo armou. Alguns cometem imoralidade, enquanto outros namoram de olhos fechados e escolhem mal os seus parceiros. Em ambos os casos, as conseqüências podem ser desastrosas.

Embora a Bíblia não apresente uma lista de regras para o namoro, encontramos nas suas páginas muitos princípios que podemos e devemos seguir para ter namoros puros que caminhem para casamentos bons e felizes.

Fatos e princípios importantes

Trate a sua namorada como se fosse sua irmã. O homem cristão deve tratar "às moças, como a irmãs, com toda a pureza" (1 Timóteo 5:2). Tal atitude certamente se aplica ao namoro. A sua namorada não é um objeto feito para seu prazer, e sim uma pessoa feita à imagem de Deus. Respeite-a.

Evite o egoísmo, pois é pecado (2 Timóteo 3:2). Muitas pessoas namoram e até se casam por motivos egoístas. O amor verdadeiro "não procura os seus interesses" (1 Coríntios 13:5), e sim procura o bem-estar do amado. O amor de Jesus para a igreja não é egoísta. Ele se sacrificou por ela, e pede a mesma coisa do homem em relação à esposa (Efésios 5:25-33). Este amor puro e verdadeiro deve começar no namoro.

Estimule o amor e as boas obras (Hebreus 10:24). Os dois devem crescer no namoro, um ajudando ao outro a realizar seu potencial, especialmente no sentido espiritual. Um namoro que ocupa todo o tempo livre da pessoa, e que dificulta o seu serviço a outros, não ajuda o desenvolvimento pessoal.

Seja criterioso (Tito 2:6). Diz-se que o amor é cego, mas que o casamento abre os olhos! Deve se namorar com os olhos abertos, observando o comportamento e o caráter da outra pessoa. Ele a traiu durante o namoro? Será que se mostrará fiel no casamento? Ela mente aos outros? Será que sempre lhe dirá a verdade? Ele é explosivo e fisicamente violento agora? Acha que vai controlar esses impulsos depois de se casar? Em muitas conversas com casais que enfrentam problemas no casamento, eu pergunto se as atitudes erradas se apresentaram no namoro. Na maioria dos casos, a resposta é sim. Mas, quase sempre, acrescenta-se um fato: "Mas eu não me incomodava com aquilo, porque eu estava apaixonado e queria casar". Precisa-se namorar de olhos abertos!

Evite pecados de sensualidade. A sociedade decadente atual perverte muito o sentido do namoro. Programas de televisão fazem concursos de beijos sensuais. O "Dia dos Namorados" é conhecido por aumentos de vendas de lingerie e propaganda de motéis. Para muitos, a prática sensual de "ficar" vem antes de conhecer o nome da pessoa, e sem nenhum compromisso pessoal. Em muitas escolas, relações sexuais ilícitas são consideradas normais, e até incentivadas pelas conversas entre alunos e professores. A vontade de Deus é outra. Independente das atitudes liberais da sociedade, Deus considera errada qualquer relação sexual fora do casamento. Relações íntimas fazem parte do casamento conforme o plano de Deus, porém "Deus julgará os impuros e adúlteros" (Hebreus 13:4). O servo de Deus precisa fugir da impureza, porque a imoralidade é pecado contra o próprio corpo, que é o santuário do Espírito Santo (1 Coríntios 6:18-20; veja também Gálatas 5:16,19; 1 Coríntios 7:9).

Não é só o ato sexual em si que é pecaminoso. Devemos evitar, também, as atividades e as conversas que alimentam desejos sexuais. Pessoas do mundo podem considerar passeios à praia, noites numa danceteria ou horas a fio agarrados no portão da casa atividades normais para os namorados, mas os cristãos não seguem o padrão sensual do mundo. Algumas perguntas podem ajudar a evitar a imoralidade. O seu nível de contato físico os aproxima de Deus, ou os afasta dele? A sua roupa aumenta o respeito que seu namorado tem por você, ou cria nele desejos que podem ser difíceis de controlar? Se assistirem àquele filme, serão edificados ou enfraquecidos?

Respeite o papel dos pais durante o namoro. Durante o namoro, alguns jovens quase evitam os pais e não freqüentam as casas das famílias, sempre procurando sair para outros lugares. Na Bíblia, observamos que os pais freqüentemente aconselhavam os seus filhos na escolha de seus parceiros. Em alguns casos, os filhos já eram adultos, mas ainda respeitavam a orientação dos pais (veja Gênesis 24:3-4; 28:6; 34:4-6). Os pais normalmente têm muito a oferecer, porque já passaram pelas fases do namoro, do noivado e do casamento. Têm aprendido de outros casais, também, ao longo dos anos. Seria um grave erro não aprender com a sabedoria dos pais. "Filho meu, guarda o mandamento de teu pai e não deixes a instrução de tua mãe" (Provérbios 6:20). Muitos casais sofrem hoje porque se mostraram teimosos e não respeitaram os pais no namoro.

Estejam um ao lado do outro no namoro. Entendemos que o namoro tem em vista, como propósito principal, a escolha de um bom parceiro para o casamento. Gênesis 2:20-24 mostra que Deus criou a mulher para auxiliar (do lado de) seu marido. A vida do casal deve ser dedicada ao serviço a outros (filhos, parentes, vizinhos, irmãos em Cristo, Deus, etc.). Se será assim no casamento, deve começar assim no namoro. Procurem ser uma equipe de servos, os dois trabalhando juntos para fazer o bem.

Casais bem-sucedidos

Durante o namoro devem se espelhar em casais bons. Observar casais conhecidos que têm relações especialmente boas ajuda bastante. Agora, considere esses casais à luz das Escrituras. Achamos instruções e exemplos de casais bem-sucedidos.

Áqüila e Priscila trabalharam juntos no ensinamento de Apolo (Atos 18:26) e foram considerados por Paulo cooperadores em Cristo (Romanos 16:3). Uma igreja se reunia na casa deles (Romanos 16:5).

O casal em Provérbios 31 é uma equipe. Este capítulo, a partir do versículo 10, descreve as características da mulher virtuosa. Em parte por causa da dedicação dela, o marido é respeitado na sua cidade. Ela é, acima de tudo, uma serva.

Presbíteros e diáconos e suas mulheres cooperam no serviço a outros. Observamos nas listas de qualificações desses homens (Tito 1:5-9; 1 Timóteo 3:1-13) que eles se preparam para os seus papéis na igreja, em parte, por suas experiências na família. Se não tivessem esposas dedicadas trabalhando em prol da família, esses homens não teriam condições de cumprir papéis especiais na igreja do Senhor. Esta atitude de cooperação, um servindo ao lado do outro, deve começar já no namoro.

Olhando nas direções certas
Muitos namoros levam a casamentos fracassados por um simples motivo. Durante todo o período do namoro, os dois olham nas direções erradas. Olham para si mesmos, procurando satisfazer desejos egoístas. Olham um para o outro, esquecendo do resto do mundo e perdendo oportunidades para servir. Passam horas admirando a beleza física do outro, ou exagerando o contato físico. Embora precise ser realista sobre as suas próprias necessidades, e precise observar o comportamento e as atitudes do outro, o namoro bom mantém seu foco fora do próprio casal. Deve-se olhar para onde?

Deve-se olhar para Deus. Em todas as circunstâncias da vida, devemos olhar em primeiro lugar para Deus. Jesus disse: "Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento" (Mateus 22:37-38). O namoro que tira a sua atenção das coisas de Deus não ajudará o seu crescimento espiritual. Se, de fato, você ama o seu namorado, faça tudo para ajudá-lo chegar ao céu. Não se esqueça de olhar para cima!

Deve-se olhar para os seus próximos. Jesus continuou: "O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mateus 22:39). Quando um casal de namorados se isola, dedicando quase todo o seu tempo ao namoro, desobedece o mandamento de Jesus. O namoro, como a vida, deve ter como fundamento os princípios de serviço a outros. Não se esqueça de olhar para as pessoas ao seu redor!

Sugestões práticasQuer um namoro que seja bom para você e para seu namorado? Quer estabelecer a base para um bom casamento que durará a vida toda? Quer, acima de tudo, agradar a Deus no seu namoro e na sua vida? Procure aplicar na prática os seguintes princípios:

* Limitem e controlem o contato físico, evitando criar ou alimentar desejos sensuais.

* Respeitem um ao outro como irmãos, criados pelo mesmo Pai celeste.

* Não se isolem durante o namoro. Sejam abertos para servir a outros.

* Dêem prioridade para as coisas espirituais. Participem juntos de estudos e períodos de louvor. Estudem a Bíblia juntos.

* Procurem oportunidades para servir.

* Cultivem uma relação espiritual e saudável que incentive o crescimento dos dois.

* Orem juntos, pedindo que Deus abençoe seu namoro, e mais ainda seu futuro casamento!

Fonte: Estudo da Bíblia -Presbítero Andrei Ricardo.
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O TEMOR AO SENHOR

“Estes, pois, são os mandamentos, os estatutos e os juízos que mandou o SENHOR, vosso Deus, para se vos ensinar, para que os fizésseis na terra a que passais a possuir; para que temas ao SENHOR, teu Deus, e guardes todos os seus estatutos e mandamentos, que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho de teu filho, todos os dias da tua vida; e que teus dias sejam prolongados.” Dt 6.1-2

Um mandamento freqüente ao povo de Deus do Antigo Testamento é “temer a Deus” ou “temer ao Senhor”. É importante que saibamos o que esse mandamento significa para nós como crentes. Somente à medida que verdadeiramente temermos ao Senhor é que seremos libertos da escravidão de todas as formas de temores anormais e satânicas.

O SIGNIFICADO DO TEMOR DE DEUS.

O mandamento geral de “temer ao Senhor” inclui uma variedade de aspectos do relacionamento entre o crente e Deus.

É fundamental, no temor a Deus, reconhecer a sua santidade, justiça e retidão como complemento do seu amor e misericórdia, i.e., conhecê-lo e compreender plenamente quem Ele é (cf. Pv 2.5). Esse temor baseia-se no reconhecimento que Deus é um Deus santo, cuja natureza inerente o leva a condenar o pecado.

Temer ao Senhor é considerá-lo com santo temor e reverência e honrá-lo como Deus, por causa da sua excelsa glória, santidade, majestade e poder (ver Fp 2.12). Quando, por exemplo, os israelitas no monte Sinai viram Deus manifestar-se através de “trovões e relâmpagos sobre o monte, e uma espessa nuvem, e um sonido de buzina mui forte” o povo inteiro “estremeceu” (Êx 19.16) e implorou a Moisés que este falasse, ao invés de Deus (Êx 20.18,19; Dt 5.22-27). Além disso, o salmista, na sua reflexão a respeito do Criador, declara explicitamente: “Tema toda a terra ao SENHOR; temam-no todos os moradores do mundo. Porque falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu” (Sl 33.8,9).

O verdadeiro temor de Deus leva o crente a crer e confiar exclusivamente nEle para a salvação. Por exemplo: depois que os israelitas atravessaram o mar Vermelho como em terra seca e viram a extrema destruição do exército egípcio, “temeu o povo ao SENHOR e creu no SENHOR” (ver Êx 14.31). Semelhantemente, o salmista conclama a todos os que temem ao Senhor:


“confiai no SENHOR; ele é vosso auxílio e vosso escudo” (Sl 115.11). Noutras palavras, o temor ao Senhor produz no povo de Deus esperança e confiança nEle. Não é de admirar, pois, que tais pessoas se salvem (Sl 85.9) e desfrutem do amor perdoador de Deus, e da sua misericórdia (Lc 1.50; cf. Sl 103.11; 130.4).

Finalmente, temer a Deus significa reconhecer que Ele é um Deus que se ira contra o pecado e que tem poder para castigar a quem transgride suas justas leis, tanto no tempo como na eternidade (cf. Sl 76.7,8).


Quando Adão e Eva pecaram no jardim do Éden, tiveram medo e procuraram esconder-se da presença de Deus (Gn 3.8-10). Moisés experimentou esse aspecto do temor de Deus quando passou quarenta dias e quarenta noites em oração, intercedendo pelos israelitas transgressores: “temi por causa da ira e do furor com que o SENHOR tanto estava irado contra vós, para vos destruir” (9.19).

RAZÕES PARA TERMOS TEMOR DE DEUS.

As razões para temer o Senhor vêm do significado do temor do Senhor.
Devemos temê-lo por causa do seu grande poder como o Criador de todas as coisas e de todas as pessoas (Sl 33.6-9; 96.4-5; Jo 1.9).


Além disso, o poder inspirador de santo temor que Ele exerce sobre os elementos da criação e sobre nós é motivo de temê-lo (Êx 20.18-20; Ec 3.14; Jn 1.11-16; Mc 4.39-41).

Quando nós nos apercebemos da santidade do nosso Deus, i.e., sua separação do pecado, e sua aversão constante a ele, a resposta normal do espírito humano é temê-lo (Ap 15.4).

Todos quantos contemplarem o esplendor da glória de Deus não podem deixar de experimentar reverente temor (Mt 17.1-8).

As bênçãos contínuas que recebemos da parte de Deus, especialmente o perdão dos nossos pecados (Sl 130.4), devem nos levar a temê-lo e a amá-lo (1Sm 12.24; Sl 34.9; 67.7; Jr 5.24).

É indubitável que o fato de Deus ser um Deus de justiça, que julgará a totalidade da raça humana, gera o temor a Ele (17.12-13; Is 59.18,19; Ml 3.5; Hb 10.26-31). É uma verdade solene e santa que Deus constantemente observa e avalia as nossas ações, tanto as boas quanto as más, e que seremos responsabilizados por essas ações, tanto agora como no dia do nosso julgamento individual.

CONOTAÇÕES PESSOAIS LIGADAS AO TEMOR DE DEUS.

O temor de Deus é muito mais do que uma doutrina bíblica; ele é diretamente aplicável à nossa vida diária, de numerosas maneiras.

Primeiramente, se realmente tememos ao Senhor, temos uma vida de obediência aos seus mandamentos e damos sempre um “não” estridente ao pecado. Uma das razões por que Deus inspirou temor nos israelitas no monte Sinai foi para que aprendessem a desviar-se do pecado e a obedecer à sua lei (Êx 20.20). Repetidas vezes no seu discurso final aos israelitas, Moisés mostrou o relacionamento entre o temor ao Senhor e o serviço e a obediência a Ele (e.g., 5.29; 6.2, 24; 10.12; 13.4; 17.19; 31.12). Segundo os salmistas, temer ao Senhor equivale a deleitar-se nos seus mandamentos (Sl 112.1) e seguir os seus preceitos (Sl 119.63). Salomão ensinou que “pelo temor do SENHOR, os homens se desviam do mal” (Pv 16.6; cf. 8.13). Em Eclesiastes, o dever inteiro da raça humana resume-se em dois breves imperativos: “Teme a Deus e guarda os seus mandamentos” (Ec 12.13). Inversamente, aquele que se contenta em viver na iniqüidade, assim faz porque “não há temor de Deus perante os seus olhos” (Sl 36.1-4).

Um corolário importante da conotação supra é que o crente deve ensinar seus filhos a temer ao Senhor, levando-os a abominar o pecado e a guardar os santos mandamentos de Deus (4.10; 6.1-2, 6-9). A Bíblia declara freqüentemente que “O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria” (Sl 111.10; cf. Jó 28.28; Pv 1.7; 9.10). Visto que um alvo básico na educação dos nossos filhos é que vivam segundo os princípios da sabedoria estabelecidos por Deus (Pv 1.1-6), ensinar esses filhos a temerem ao Senhor é um primeiro passo decisivo.

O temor de Deus tem um efeito santificante sobre o povo de Deus. Assim como há um efeito santificante na verdade da Palavra de Deus (Jo 17.17), assim também há um efeito santificante no temor a Deus. Esse temor inspira-nos a evitar o pecado e desviar-nos do mal (Pv 3.7; 8.13; 16.6). Ele nos leva a ser cuidadosos e comedidos no que falamos (Pv 10.19; Ec 5.2,6,7). Ele nos protege do colapso da nossa consciência, bem como a nossa firmeza moral. O temor do Senhor é puro e purificador (Sl 19.9); é santo e libertador no seu efeito.

O temor do Senhor motiva o povo de Deus a adorá-lo de todo o seu ser. Se realmente tememos a Deus, nós o adoramos e o glorificamos como o Senhor de tudo (Sl 22.23). Davi equipara a congregação dos que adoram a Deus com “os que o temem” (Sl 22.25). Igualmente, no final da história, quando um anjo na esfera celestial proclama o evangelho eterno e conclama a todos na terra a temerem a Deus, acrescenta prontamente: “e dai-lhe glória... E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (Ap 14.6,7).

Deus promete que recompensará a todos que o temem. “O galardão da humildade e o temor do SENHOR são riquezas, e honra, e vida” (Pv 22.4).


Outras recompensas prometidas são a proteção da morte (Pv 14.26,27), provisões para nossas necessidades diárias (Sl 34.9; 111.5), e uma vida longa (Pv 10.27). Aqueles que temem ao Senhor sabem que “bem sucede aos que temem a Deus”, não importando o que aconteça no mundo ao redor (Ec 8.12,13).

Finalmente, o temor ao Senhor confere segurança e consolo espiritual indizíveis para o povo de Deus. O Novo Testamento vincula diretamente o temor de Deus ao conforto do Espírito Santo (At 9.31). Por um lado, quem não teme ao Senhor não tem qualquer consciência da sua presença, graça e proteção (ver 1.26); por outro lado, os que temem a Deus e guardam os mandamentos dEle têm experiência profunda de proteção espiritual na sua vida, e da unção do Espírito Santo. Têm certeza de que Deus vai “livrar a sua alma da morte” (Sl 33.18,19)

Fonte: BEP - Presbítero Andrei Ricardo
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